Como integrar o conteúdo no Processo de UX?
Nada está gravado em pedra, e não é preciso seguir uma ordem engessada, o ideal é adaptar para o contexto e o momento da empresa, para o que é relevante para o usuário e para os objetivos de negócio, ok?
Quando o LinkedIn me “convidou” para contribuir em um artigo sobre conteúdo e processo de UX, entendi que precisava escrever mais sobre o assunto de maneira que refletisse o meu dia a dia de trabalho como Content Designer.
Algo que me faz reflitir incessantemente é: como posso mostrar o valor do meu trabalho? Como eu posso fazer com que as pessoas entendam que não estou apenas escrevendo um texto?
Ao criar um texto para um fluxo de navegação, por onde eu começo e como eu consigo transformar em números (o famoso pagode 💰) a eficiência do conteúdo que produzo?
Alguns diriam que é o processo. As pessoas que já me lideraram também diriam isso. Quando eu consigo mostrar as pessoas o caminho das pedras, necessariamente mostro a elas o valor do conteúdo para qualquer estratégia de negócio.
Mas, então, por onde começar?
O Duplo Diamante e o Design Thinking
“Uau, nossa, podemos então utilizar o Design Thinking na produção de conteúdo?”
A essência do Design Thinking é uma abordagem centrada no ser humano que busca criar soluções inovadoras que resolvem, de verdade, as dores dos nossos usuários.
Se o nosso ganha pão é facilitar a vida dos nossos usuários por meio de textos claros e persuasivos, porque não utilizar o Design Thinking para dar forma (e volume) ao nosso trabalho?
As cinco fases do Design Thinking:
Existem cinco fases no design thinking, contudo, elas precisam seguir uma sequência lógica para fazerem sentido, beleza?
Ou seja, você não começa na fase um e trabalha até a fase cinco, que é onde esperamos chegar a uma conclusão. Sendo assim, você pode, inclusive, retornar às fases anteriores em intervalos regulares e ajustar o que precisa.
Agora, após este destaque importante, vamos nos aprofundar nas cinco fases do Design Thinking e entender porque elas são importantes para o seu trabalho como Designer de Conteúdo.
- Empatia: é o momento de conhecer profundamente para quem estamos escrevendo. Nesta fase, você pode se fazer algumas perguntas: Quem são os nossos usuários? Quais são seus desafios, seus sonhos, seus medos? Para isso, utilizamos ferramentas como entrevistas com os usuários, pesquisas, formulários e até criação de personas.
- Definição: com base nos dados coletados na etapa anterior, a gente define o problema que vamos resolver com o nosso conteúdo. E aí, a gente deve se fazer algumas perguntas: Qual é a dor que vamos aliviar primeiro? Qual desejo vamos atender?
- Ideação: nesta fase, abrimos espaço para gerar ideias que podem solucionar o problema. O que eu faço constantemente é testar várias versões para um mesmo conteúdo e depois debater com o time qual deles faz mais sentido no fluxo. Enfim, lembre-se de que quanto mais ideias, melhor!
- Prototipação: aqui, nós transformamos as ideias em soluções navegáveis, que podem ser de baixa fidelidade, como wireframes, ou até mesmo de alta fidelidade, onde a gente trabalha junto do UI Designer.
- Teste: apresentamos os protótipos para nossos usuários e coletamos feedbacks. A partir das informações obtidas, você pode refinar o conteúdo até chegar à versão definitiva.
O Design Thinking segue uma filosofia de ciclos de convergências e divergências. Portanto, teremos uma etapa de divergir, abrindo espaço para todas as ideias, problemas e soluções, e a etapa de convergir, em que tomamos uma decisão específica.
Ah, a gente não vai resolver todos os problemas de uma vez, e sim progressivamente.
Para explicar melhor os conceitos apresentados, trouxe uma breve explicação.
Divergir: Nesta fase, o foco é expandir as possibilidades. Por meio de pesquisas, entrevistas e brainstorming de conteúdos, mas, é importante ressaltar aqui que nós atuamos em todas essas frentes, e assim buscamos entender o problema de forma profunda e gerar o maior número possível de ideias.
Convergir: Aqui, o objetivo é refinar e selecionar as melhores ideias, ou seja, o que precisamos resolver primeiro. Por meio de prototipação, testes e análise, chegamos a uma solução concreta e viável.
As quatro fases do Double Diamond:
- Descobrir: entende as necessidades dos usuários e coletar dados relevantes.
- Definir: analisa os dados coletados e define o problema que vamos atacar primeiro.
- Desenvolver: tiramos a ideia do papel criando protótipos e testando soluções.
- Entregar: implementa a solução final e avalia os resultados.
Bom, falamos e falamos e, para encerrar, trouxe um roteiro que uso no meu dia a dia. Assim, eu posso mostrar o processo por trás do conteúdo de uma modal ou mensagem de sucesso e reforçar que UX Writing não é só um textinho.
Pesquisa e Planejamento:
Neste momento, é importante:
- Definir personas e jornadas em conjunto com o time de pesquisa.
- Mapear as necessidades e dores do usuário.
- Estabelecer objetivos para o conteúdo, ou seja, definir qual é o problema que vamos resolver com o nosso texto e por aí vai.
Mão na massa:
- Escrever de forma clara e concisa, utilizando uma linguagem adequada ao público-alvo da mensagem.
- Organizar o conteúdo em uma estrutura lógica e fácil de navegar, com atenção especial a arquitetura e distribuição deste conteúdo ao longo da experiência.
Teste e iteração:
- Apresentar a solução que criamos e coletar feedbacks dos usuários.
- Definir as métricas para medir o desempenho do conteúdo e analisá-las depois.
- Realizar ajustes de texto até chegar a uma versão definitiva.
É isso, até breve!